Festa Junina e o Turismo Local

A sua Festa Junina pode alavancar o turismo local!
O que o folclore tem a ver com economia criativa?
Fica comigo

As primeiras festas juninas de que tenho lembrança aconteciam no pátio da escola para angariar fundos para a Associação de Pais e Mestres e comprar livros e uniformes nos anos 60 para os alunos menos assistidos. Eventualmente sobrava alguma grana para fazer alguma melhoria na própria escola. As mães se desdobravam em fazer e doar pratos doces e salgados para as barracas. Os pais se revezavam na barraca do churrasco ou do cachorro quente e os alunos eram incentivados a vender números ou rifas. O casal que mais vendesse desses números era “coroado” a dupla caipira do ano. Saudades desse tempo!
A origem dessas festas é portuguesa e com base na fé cristã homenageando os Santos Antônio, João e Pedro.
Hoje as Festas Juninas e as quermesses se espalharam por todo o território nacional. São realizadas nos adros das igrejas, nas praças centrais em várias cidades e até empresas aderiram como forma de motivar os seus funcionários. Mas tem uma região que está se tornando expert em realizar Festas no mês de Junho. O nordeste tem provocado desenvolvimento local atraindo turistas vindos de todos os cantos do mundo para as grandiosas festas que acontecem por lá. O São João de Caruaru já entrou pro Guinness como a maior festa regional ao ar livre do mundo e a Festa de Campina Grande tem até uma cidade cenográfica para receber o evento. Regiões antes com problemas para alavancar o desenvolvimento agora recebem uma injeção financeira uma vez ao ano pelo menos e já estão sendo comparadas a eventos como o Carnaval Carioca e a Festa de Parintins na Amazônia.
Então você ainda pode ter dúvidas que uma festividade folclórica pode fazer a diferença e colocar o seu município no mapa.
Vou fazer uma comparação dessas festas com uma outra manifestação cultural de outra parte do mundo.
The Lord of de Dance é um espetáculo irlandês de dança e música criado, coreografado, estrelado e produzido por Michael Flatley, dançarino americano filho de irlandeses. Seria só um espetáculo de dança se o seu criador não não tivesse o sonho de montar um espetáculo de dança capaz de ser exibido em arenas e estádios em vez de teatros tradicionais. Ele inovou e o espetáculo, Lord of the Dance, levou 6 meses para tornar-se realidade e estreou em 1996 em Dublin e conta a história de um personagem o Senhor da Dança e a sua luta contra o senhor do mal “Don Dorcha” que queria conquistar o Planeta Irlanda. As histórias são baseadas no antigo folclore irlandês. Em março de 1997, Lord of the Dance apresentou-se durante a cerimônia do Oscar e em novembro do mesmo ano expandiu-se formando quatro (4) companhias criadas para turnês nos Estados Unidos, Europa, Ásia e África. Flatley assinou contrato com a Disney e Lord of the Dance exibiu-se em Parques além de estar em turnês pelo mundo inteiro desde então e simultaneamente.
Ambos os exemplos – As quadrilhas juninas do Nordeste e Lord Of the Dance são espetáculos que empregam pessoas em seus eventos movendo assim uma economia local e dando oportunidade de desenvolvimento para todos os envolvidos. Pense na cadeia produtiva de cada um deles.
As festas juninas movem além dos grupos, das quadrilhas que se apresentam, a gastronomia, o trade turístico com o envolvimento de hotéis, transportes, restaurantes, além de todo o comércio local uma vez que para produzir o evento é necessário compra de insumos e matéria prima como tecidos para figurinos e madeira e metal para cenários, além de todos os suprimentos para alimentação. Um espetáculo de dança da mesma forma ao entrar em turnê pelo mundo além de trabalhar a capacitação dos profissionais envolvidos de dançarinos a produtores, figurinistas, cenógrafos, diretores e técnicos, Ao se apresentar em um teatro ou arena provoca a economia local da mesma forma trazendo turistas para ocupar hotéis e consumir transportes e alimentação em cada cidade onde o espetáculo acontece.
E porque vc ainda está esperando para fomentar em seu município a cultura popular local e fazer do seu folclore um grande espetáculo?
Pense nisso!

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